Era
véspera de carnaval e mesmo ali, no sul, onde os hábitos e costumes muito se
diferenciam das outras partes do país, as pessoas se alegram e se organizam para a festa.
Mesmo
ali, naquela casa limpa e clara, onde os móveis e as pessoas são brancos e retos,
de uma frieza que contagia.
Mesmo
ali, onde os homens riem suas risadas sarcásticas e as mulheres contraem os
lábios com indiferença, mesmo ali, ainda se comemora o natal, não por Jesus nem por nada, mas porque é o costume, talvez um pouco pelo comércio.
Ali, e
não somente ali, as pessoas estão assustadas, mas todos sentem-se seguros, embora estejam, estamos, condenados. Mas ninguém percebe dessa forma, pois ali, ninguém
sente ou pensa na perda, pelo menos não com palavras faladas, raramente em
alguns poucos casos, podem ser observadas, algumas palavras pensadas.
tudo que importa é não perder, por isso perde-se.
Pequenos egoísmos são perdoados, pequenos, egoísmos, perdoados, perdoados pelo medo, medo, medo comum, todos entendem o medo, eu entendo o medo.
perdas ou passagens
mais um caso de perda ou de passagem.
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