O mar! O grande mar! O mar amigo e bom!
quando nasci já eras imenso e teu poder se estendia cais adentro
no azul infinito
mas sinto que cresceste comigo
dentro de ti de calças brancas mergulhei
deixei a saia amarela rodada de minha mãe
e corajudo te encarei
ainda menino com gambitos fininhos o teu embalo desfrutei
com os dedos enterrados na praia me deixaste
mas desde então me acompanhaste
e quando o velho Chico voltou aquela tarde
fedendo a cachaça, choro e morte:
- o mar levou teu irmão -
ainda assim nos amparaste
culpei o barco que virou
tormenta de vento e trovoada
barrigas vazias sobre a mesa
que escolha tinham meu pai e meu irmão?
é uma troca justa
vivemos da asfixia dos peixes
que são os filhinhos do mar
o mar vive do afogamento dos filhos dos homens
os pescadores
mas todos os dias
pela ganância dos velhos coronéis
o mar é mutilado
e mesmo não achando correto
muitas vezes famintos
oferecemos nossos braços pra remar os grandes barcos:
- braços e fomes não faltam na praia -
pelo menos dona Dalva quem levou foi a sezão
mas seu Francisco o mar levou pouco mais tarde
foram sempre muitos filhos e pouca comida
por todos meus irmãos que morreram no mar
e pelas irmãzinhas que tive que deixar
na casa de dona Valéria pra virar mulher da vida
choro um pouquinho toda tarde
e peço ao mar pra ser bonzinho
e me levar também
*Texto escrito com todo carinho para minha amiga Letícia Ramos interpretar e apresentar no Museu do Mar.
** Inspirado no livro Homens e Algas de Othon D'Eça
quando nasci já eras imenso e teu poder se estendia cais adentro
no azul infinito
mas sinto que cresceste comigo
dentro de ti de calças brancas mergulhei
deixei a saia amarela rodada de minha mãe
e corajudo te encarei
ainda menino com gambitos fininhos o teu embalo desfrutei
com os dedos enterrados na praia me deixaste
mas desde então me acompanhaste
e quando o velho Chico voltou aquela tarde
fedendo a cachaça, choro e morte:
- o mar levou teu irmão -
ainda assim nos amparaste
culpei o barco que virou
tormenta de vento e trovoada
barrigas vazias sobre a mesa
que escolha tinham meu pai e meu irmão?
é uma troca justa
vivemos da asfixia dos peixes
que são os filhinhos do mar
o mar vive do afogamento dos filhos dos homens
os pescadores
mas todos os dias
pela ganância dos velhos coronéis
o mar é mutilado
e mesmo não achando correto
muitas vezes famintos
oferecemos nossos braços pra remar os grandes barcos:
- braços e fomes não faltam na praia -
pelo menos dona Dalva quem levou foi a sezão
mas seu Francisco o mar levou pouco mais tarde
foram sempre muitos filhos e pouca comida
por todos meus irmãos que morreram no mar
e pelas irmãzinhas que tive que deixar
na casa de dona Valéria pra virar mulher da vida
choro um pouquinho toda tarde
e peço ao mar pra ser bonzinho
e me levar também
*Texto escrito com todo carinho para minha amiga Letícia Ramos interpretar e apresentar no Museu do Mar.
** Inspirado no livro Homens e Algas de Othon D'Eça
"Em seu coração começa haver paz, no mar a calmaria sem piratas começava a reinar" Diego Debom com 14 anos...
ResponderExcluireu também escrevia innundado pelo mar, tinha meus delírios reais e minhas afirmações fantasiosas, assim mesmo contraditório... era um mirante no qual eu deslumbrava o mar, era um farol ilumiante que eu usava para cegar os barcos que quereriam atracar... só eu zarpava em flocos de espuma da praia, leve leve leve... ainda escuto o som das conchas afim de compor canções para sereias que arrulham barbaridades de amor... hehehheheheh em fim... sempre estou lendo o que você escreve, pois acho q vc não daria o primeiro pedaço do seu texto para mim, mas me daria algum pedaço do bolo.. rs =o***********'s