sábado, 18 de fevereiro de 2012

perversão

do sentido do verso estou inconvicta
apesar de ele não estar mais por perto
de longe ele te chama
e usando a força te traz pra perto
e vem e te segue
até o ponto de ônibus
dentro do ônibus 
usando o poder que recebeu do universo
a força do homem
ele te pega
e de longe você ainda sente
como se ele estivesse por perto
desviou do que era verso
se tornou dentro de ti um perverso
cada vez que teus olhos se fecham
ele ainda te fere
e sempre foi assim
o inverso, perverso, diverso, sempre fez parte do verso
precisamos dos demônios
pra evitar o caos
ou a monotonia
pequena vítima da queda
o mundo te machuca usando o membro daquele renegado pela espécie
a antítese do homem correto
mas ainda homem
conhecemos o teu segredo
ó homem
e ainda assim deixamos que satisfaçam seus desejos profanos
em nossos corpos 
e pouco nos importamos
estamos condenadas a eles e a vós
alguns dizem que nós mandamos no mundo
porque geralmente podemos escolher
mas somos escravas do universo
gostam de quando fingimos gostar
mal sabem eles que sentimos vergonha
tédio, angústia e nojo do universo
com todos seus versos tortos 
que contrariam para tornar pleno
que contrariam pra criar o belo


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