quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

aversão e letargia

fique longe do meu sexo
um dia acordei e não encontrei nada 
estava muito assustada com os olhos fechados 
deixa eu te falar 
te explicar porque escrevo
não me cobre nada
nem tenta entrar comigo no banheiro da balada
sofri o mal de ter acordado
não me deseje
sou fumaça de cigarro suave elegante de cravo
neguei o existencialismo
luto contra a verdade
me destruirá quem me tocar 
sou frágil
sou a mais forte de todas
porque sou intocável
egoísmo e  mães que não amam os filhos
porque não amam
não se preocupe com as coisas concretas
ou se preocupe
inconsciente compartilhado
eu gosto do abstrato 
contrabando de amor
fechei meus olhos e fingi
mas o movimento hippie quase deu certo
vai tudo óbvio e chato
tudo culpa do sexo
não se aproxime
nos deram o poder e esquecemos do resto
não seja um animal sexual mesquinho
chame baixinho
sou como os gatos
me faz por favor esquecer de setembro
eu não acredito em dinheiro
e acredite
mesmo que seja no acaso
na vida em comunidade desafiando os deuses
mas todos dormem 
grandes amores
grandes e fracos
me mostre o seu mundo
mesmo que seja em sonho
mas por favor não invada o meu

2 comentários:

  1. É sair da bolha não é fácil, bolhas de sabão e momentos de rara beleza, são infantis, mas tem uma grandeza imensuravél... gostei das suas palavras
    é um lamento, mas é a salvação acho que quem escreve não está preocupado em ser entendido...
    e também escrevo mas não fiz disso um ofício, não uso carteira assinada e nem terno e gravata, escrevo para livrar-me de mim, acho que você tem um talento que tem que ser dilapidado...
    em fim, finalmente comentei seu blog.. =o******'s

    ResponderExcluir
  2. obrigada pelo comentário Diego
    acho que "livrar-se" de alguma coisa é sempre o objetivo de quem escreve.
    :)

    ResponderExcluir