segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

vou até a esquina ela quer ir...pra Budapeste!

Estive em Curitiba esse final de semana, para super esperado show do Chico Buarque, que integra a turnê Chico, o título do seu novo cd lançado em julho desse ano. 
Chico esteve por 6 anos sem fazer shows, a última turnê aconteceu em 2006 com o lançamento do álbum Carioca. 
Apesar de já ter lançado mais de 40 discos, nos últimos 36 anos, Chico saiu em turnê apenas seis vezes: Chico e Bethânia (1975), Francisco(1988), Paratodos(1994), As Cidades (1999) e Carioca (2006).
Deu pra perceber que para aqueles que, como eu, acompanham o trabalho do Chico, foi um show raríssimo e muito especial.
Confesso que eu só percebi a dimensão daquele momento quando Chico entrou no palco, mais simpático e animado do que eu esperava, cumprimentou a platéia e começou a cantar. 
O Chico falando é tão bom de ouvir quanto cantando, voz grave, firme e segura, ele parecia estar muito a vontade no palco.
Pra mim, que sou extremamente cafona romântica, a parte mais emocionante do show foi quando ele cantou as 4 músicas do novo cd que estão relacionadas com o seu romance atual com a cantora curitibana Thaís Gullin. 
Essa Pequena, Tipo um Baião, Se eu Soubesse e Sem Você 2, foram cantadas na sequência, por um Chico sorridente e evidentemente apaixonado. Na música Essa Pequena, Chico brinca com a letra trocando Flórida por Budapeste "vou até a esquina ela quer ir pra... Budapeste!" denunciando os novos planos da namorada e surpreendendo a platéia, que aplaudiu contagiada pela franqueza da brincadeira.
Se Chico Buarque fosse uma cor ele seria azul, quem acompanha o Aponta deve ter percebido que essa é a minha cor preferida pra pessoas do sexo masculino. 
Chico passa uma energia boa, tranquila e forte, serena e vibrante. Aos 67 anos, canta músicas de amor sorrindo e rindo, aceitando com amor a paixão por uma mulher muitos anos mais jovem " Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas o blues já valeu a pena " e ele dizia que valeu a pena com muita convicção, foi lindo.

Achei que nunca fosse ver Chico cantar músicas como A Violeira, Geni e o Zeppelin, O meu amor/ Teresinha, Injuriado e Ana de Amsterdã, que são algumas das minhas preferidas, ele cantou com muita emoção, e errou algumas letras, mas acho que ninguém se importou.
No final, Chico e banda saíram duas vezes do palco, com a galera pedindo pra ele voltar, e ele voltou por duas vezes, nada que estivesse fora do previsto, pois depois as cortinas foram fechadas e as luzes acesas, pois se dependesse do público Chico continuaria cantando até não conseguir mais!
A banda também esteve maravilhosa com Luiz Cláudio Ramos (violonista e arranjador), João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros), que já acompanharam Chico na turnê Carioca.

Foi emocionante, memorável, tudo de bom, agradeço por existirem pessoas como Chico Buarque, capazes de compor canções tão bonitas e sensíveis que fazem com que a gente sinta o poder que as emoções tem sobre nós, e o quanto isso pode ser maravilhoso.
E a mensagem que ficou foi "Não se afobe não, que nada é pra já, amores serão sempre amáveis..." e o Chico dá o exemplo.

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